Câmpus Goiânia do IFG celebra 83 anos de história, cultura e educação

Mural do projeto Luzes da Terra foi lançado durante a programação de aniversário de 83 anos do Câmpus Goiânia do IFG.

O Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG) completa nesse sábado, dia 5 de julho, 83 anos de história. Para celebrar a data, atividades culturais e educativas foram realizadas desde o dia 27 de junho e seguem até esta sexta-feira, 4 de julho, todas gratuitas e abertas à comunidade. Palco do Batismo Cultural de Goiânia ocorrido em 5 de julho de 1942 nas dependências do atual câmpus , a programação comemorativa perpetua a tradição de celebrar a cultura, a educação e a memória desse espaço que não é apenas a unidade mais antiga do IFG, assim como também patrimônio arquitetônico e urbanístico Art Déco de Goiânia.

Arte urbana e protagonismo feminino
A programação de aniversário teve início com as oficinas de grafite, realizadas nos dias 27 e 28 de junho no Câmpus Goiânia, com a participação da artista visual Tchella Queiroga. Autora do projeto “Luzes da Terra”, Tchella ministrou a oficina que contou com a participação de alguns estudantes do Câmpus Goiânia do IFG. Os resultados da iniciativa podem ser vistos nos grafites coloridos que ilustram as paredes próximas à portaria dos estudantes, no Câmpus Goiânia.

A oficina integrou uma das ações do projeto Luzes da Terra, que também contou com o lançamento oficial de um grande mural em homenagem a três mulheres marcantes da história goiana: Neusa Moraes, Consuelo Nasser e Leodegária de Jesus. A obra, com cerca de 60 metros quadrados, é um presente não apenas para o Câmpus Goiânia do IFG, mas especialmente para a cidade de Goiânia. O mural está localizado no muro do câmpus, entre a esquina da Rua 66 com a Rua 79, no Centro, e pode ser contemplado por toda a comunidade.

Segundo a artista Tchella Queiroga, a ideia do mural surgiu a partir de seu estudo sobre mulheres goianas com histórias e legados pouco conhecidos. Ela relatou que só recentemente descobriu que a artista plástica Neusa Moraes foi responsável pela criação do Monumento das Três Raças, localizado na Praça Cívica. Esse fato despertou nela o interesse por outras mulheres que marcaram a história de Goiás, mas que ainda carecem de reconhecimento. Cada uma das homenageadas se destacou em uma área: Neusa Moraes nas artes plásticas; Consuelo Nasser na política e no combate à violência contra mulheres; e Leodegária de Jesus — mulher negra, professora, jornalista, poeta e a primeira mulher a publicar um livro em Goiás.

Durante o lançamento do mural, a artista Tchella Queiroga participou de uma roda de conversa com estudantes dos cursos técnicos integrados do Câmpus Goiânia, compartilhando o processo de criação do mural e discutindo temas como arte urbana, memória e protagonismo feminino. O mural foi viabilizado pelo "Projeto Luzes da Terra", com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, executado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.

O protagonismo feminino também foi destaque no CineDebate com o documentário "Chica Machado – Rainha de Goyaz", exibido no dia 30 de junho, na Cinemateca do câmpus. O curta-metragem, dirigido pela servidora da Reitoria do IFG Renata Franco, é resultado de sua pesquisa de doutorado e retrata a história de Chica Machado, mulher negra e escravizada que chegou a Goiás por volta de 1750. Após conquistar sua alforria, tornou-se proprietária de terras na região de Cocal, influenciando a história local e deixando descendentes de atuação relevante. Após a exibição, a cineasta dialogou com estudantes dos projetos PartiuIF e Alvorada sobre o processo de produção do documentário e a trajetória de Chica Machado.

Programação diversificada
A celebração dos 83 anos contou com atividades variadas. Na manhã do dia 2 de julho, pipoca e algodão-doce foram distribuídos ao público. Na mesma data, aconteceu a Feira Cultural, Agroecológica e Científica, com comercialização de alimentos da agricultura familiar e produtos de servidores do câmpus. O público também pôde conhecer projetos educativos e tecnológicos, como o SkyRocket Team, o Jogo Sapiens e o projeto de extensão Basquetebol sem Limites.

Nos dias 2 e 3 de julho, o IFG Truck marcou presença, apresentando ao público as tecnologias desenvolvidas com impressoras 3D, óculos e canetas 3D, computadores e outros recursos. Os participantes experimentaram as ferramentas do laboratório maker itinerante, que visa à aprendizagem prática em áreas como robótica.

Na noite de 2 de julho, foi realizada uma sessão de observação do céu noturno, com telescópio e orientação do Clube de Astronomia Vera Rubin. Já na manhã do dia 4 de julho, uma aula de Yoga e Acroyoga integrou a programação. As solenidades de colação de grau dos cursos de graduação, que ocorrem dias 3 e 4 de julho, também fazem parte das comemorações. Ao todo, 86 formandos recebem seus diplomas, celebrando esse marco histórico da instituição.

As recordações também estiveram presentes na festa com o “Varal das Memórias”. Fotos enviadas por alunos, servidores e egressos foram expostas no pátio, resgatando lembranças desde os tempos da Escola Técnica Federal de Goiás até os dias atuais.

_{Banda Sinfônica Nilo Peçanha realizou concerto no pátio do Câmpus Goiânia.}

Concertos no pátio
A programação musical do aniversário animou os intervalos no pátio do câmpus. No dia 2 de julho, a Banda Sinfônica Nilo Peçanha do IFG realizou um concerto ao meio-dia, sob a regência do professor e maestro Marshal Gaioso. No dia seguinte, foi a vez do Conjunto de Metais Graves, coordenado pelo professor Roberto Millet, se apresentar com estudantes dos cursos de Música.

Nesta sexta-feira, 4 de julho, o destaque da agenda cultural fica para o concerto especial de encerramento da programação, às 18h30, com a união da Banda Sinfônica Nilo Peçanha e da Banda Sinfônica de Aparecida de Goiânia. A Banda Sinfônica Nilo Peçanha e é a banda escolar mais antiga em atividade no estado, enquanto a Banda Sinfônica de Aparecida de Goiânia celebra, em 2025, seus 10 anos como importante projeto sociocultural. O repertório incluiu clássicos da música erudita e popular, com entrada gratuita.

Patrimônio, cultura e educação
A diretora-geral do Câmpus Goiânia do IFG, professora Adriana dos Reis Ferreira, ressalta que a trajetória da unidade se entrelaça com a própria história de Goiânia e de Goiás. Fundado em 1942 como Escola Técnica de Goiânia (ETG), a Instituição passou a ser denominada Escola Técnica Federal de Goiás (ETFG) em 1965. Em 1999, tornou-se o Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (Cefet-GO), e em 2008 foi integrado à Rede Federal como o Câmpus Goiânia do IFG.
“Mais do que uma unidade de ensino, o Câmpus Goiânia é símbolo de resistência, inclusão e compromisso com a formação técnica, científica, cultural e cidadã de milhares de goianienses, brasileiros e imigrantes. É também o berço histórico da nossa instituição, origem dos demais câmpus que hoje compõem o IFG. Ao longo de sua trajetória, o câmpus tem enfrentado, por meio da educação, as desigualdades e as injustiças sociais, abrindo portas, criando oportunidades e acolhendo estudantes das mais diversas origens”, destaca a diretora.

Adriana reforça que celebrar os 83 anos do câmpus é reafirmar sua importância como parte viva da história da educação profissional e tecnológica do país. “É também um espaço de criação, expressão e transformação, onde a arte e a cultura caminham lado a lado com o conhecimento técnico e científico”, afirma. E finaliza: “Por tudo isso, esta comemoração é motivo de orgulho. Orgulho por fazer parte de uma trajetória marcada por lutas e conquistas. Orgulho por integrar uma instituição que é, ao mesmo tempo, referência educacional e parte essencial da identidade cultural de Goiânia. Parabéns ao nosso câmpus! Parabéns a todos que constroem essa história!”.

Mais fotos estão disponíveis no perfil do Câmpus Goiânia no Instagram.

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.