Quais os impactos do crescimento urbano de Goiânia em uma das principais bacias hidrográficas da região? Essa foi a questão que moveu as alunas, Gisele Andreia Rodrigues da Silva e Eliete Gonçalves da Silva, do curso de tecnologia em Geoprocessamento do IFG – Câmpus Goiânia. Orientadas pelos professores do câmpus João Paulo Magna Júnior e Giovanni Araújo Boggione, elas utilizaram imagens de satélites e as associaram a técnicas de geoprocessamento para analisarem o crescimento da capital. No estudo, descobriram que a expansão urbana tem atingido áreas de preservação e, desta forma, impactado o Ribeirão Anicuns, um dos maiores cursos d'água de Goiânia.
O ribeirão e o seu afluente, o Córrego Macambira, são responsáveis por drenar aproximadamente 70% da área urbana da região metropolitana. De acordo com as alunas que conduziram a pesquisa, 53% da Área de Preservação Permanente (APP) do Ribeirão Anicuns encontra-se ocupada por edificações. Elas apontam que isso equivale a cerca de 192,487 hectares de área, que deveria estar protegida para garantir a saúde da bacia hidrográfica.
A região a qual o estudo se refere compreende os bairros Aeroviário, Rodoviário, Goiá Setor Veloso, Jardim Botânico, Goiá, Goiá 2, Goiá 4, Cidade Jardim, Nossa Senhora de Fátima, Recreio dos Funcionários Públicos, Capuava e São Francisco, além de 338 locais entre glebas, chácaras, conjuntos habitacionais, vilas e sítios.
Impactos negativos
Para detectar a gravidade do problema, as pesquisadoras utilizaram técnicas de processamento digital de imagens e de sistemas de informações geográficas. O professor João Paulo Magna Júnior explica que esse procedimento permite o tratamento de imagens e sua viabilização para fins de mapeamento. “Posteriormente, são possíveis análises espaciais para a identificação de ocupações em áreas de risco ou de preservação, dentre outras análises”, completa.
O resultado da pesquisa reforça dados da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), que classifica o Ribeirão Anicuns como o mais poluído de todos os rios que cortam Goiânia. Segundo o órgão, ao todo, são 85 cursos d’água poluídos ou contaminados, que sofrem com questões como: edificações em áreas de preservação, processos erosivos, lançamento indevido de esgoto, deposição de entulhos e lixo ao longo dos vales.
Segundo o professor João Paulo, o objetivo da pesquisa é “apontar uma questão séria e que tem impactos não apenas ambientais, mas também sociais e na segurança das pessoas que ali vivem, uma vez que são regiões com risco de enchentes e desabamentos”. Para ele, os resultados detalhados do estudo contribuem com a identificação de um problema que merece políticas públicas, tanto do Município, quanto do Estado.
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.
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