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semana de planejamento 2021/2

Extensão, ensino híbrido e educação especial são temas da Semana de Planejamento

Publicado: Quinta, 02 de Setembro de 2021, 18h16 | Última atualização em Quinta, 16 de Setembro de 2021, 13h30

Especialistas dialogaram com servidores do Câmpus Itumbiara sobre as especificidades de cada assunto

De acordo com o palestrante Tauã de Carvalho, o conceito de ensino híbrido ainda gera muita confusão
De acordo com o palestrante Tauã de Carvalho, o conceito de ensino híbrido ainda gera muita confusão

 

A Semana de Planejamento do IFG Câmpus Itumbiara segue até o próximo dia 06 de setembro, terça-feira da semana que vem, e três temas estão sendo abordados com frequência pelos participantes: ensino híbrido, educação especial e curricularização da extensão. Para cada um dos assuntos os palestrantes do IFG, ou convidados de outras instituições de ensino do país, apresentaram conceituações, problemas, relatos de experiência e propuseram soluções.

Quem abordou a questão do que é o Ensino Híbrido foi o professor do Câmpus Itumbiara, Tauã Carvalho de Assis*, que é doutorando em Educação pela - Estadual de Campinas (Unicamp). O palestrante explicou que, apesar do termo ensino híbrido estar muito em voga por causa da educação no contexto da pandemia, há uma confusão acerca do tema. Tauã fez um resgate histórico da Educação a Distância e explicou que ela é a base do que conhecemos hoje como ensino híbrido, e que essa metodologia surgiu como forma de evitar a elevada evasão de estudantes de cursos a distância na Europa e Estados Unidos. O conceito pressupõe ensino on-line e off line, por meio do uso de tecnologias digitais de informação e comunicação e de metodologias ativas. 

Ainda segundo ele, nesse tipo de metodologia o ensino pode ser personalizado e a sala de aula invertida, tendo o professor como mediador do conhecimento e o aluno como protagonista da aprendizagem. E ainda, dessa forma o estudante desenvolveria sua técnica de estudo e apresentaria seus questionamentos ao professor. Quanto às críticas dessa metodologia, o palestrante listou a desigualdade de acesso aos bens, a secundarização do professor, a falta de suporte pedagógico e metodológico entre outros.

O professor ainda esclareceu que o que acontece hoje em algumas instituições de ensino, como o escalonamento de alunos e transmissão simultânea não são formas de ensino híbrido. E, no caso do IFG, onde há o Ensino Remoto Emergencial (ERE), a característica é a divisão entre momentos síncronos (ao vivo) e assíncronos (autoformativa), com o uso de soluções remotas para instrução ou educação.

*Tauã também já ocupou o cargo de Secretário-Executivo do Conselho Municipal de Educação de Jataí (GO), é membro da Rede de Estudos e Pesquisas sobre Planejamento e Gestão Educacional – (Replag) e atualmente ocupa a Coordenação da Educação Profissional Técnica Integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos – EJA do IFG.

 

Educação Especial

Palestrantes apontaram as características do público-alvo da educação especial
Palestrantes apontaram as características do público-alvo da educação especial

 

A doutora em Educação e professora do Instituto Federal de São Carlos (IFSP), Carla Vilaronga, e a doutoranda em Educação e professora do Atendimento Educacional Especializado do Maranhão, Jéssica Rodrigues Santos, foram convidadas para falar sobre Planejamento e Acessibilidade Curricular para Estudante Público-Alvo da Educação Especial.  

Na opinião das palestrantes, a luta principal da educação especial é garantir vagas de professor de educação especial na docência para realizar um atendimento especializado. Elas relataram que infelizmente ainda há muitos casos de professores que se negam a ensinar o aluno da educação especial e chegam até mesmo a sugerir que o estudante procure outra instituição de ensino.

Diante desses casos de preconceito, elas destacaram que fazem questão de esclarecer a necessidade e importância de não segregar esse aluno, que é preciso pensar numa perspectiva de parceria entre os docentes, principalmente com aqueles que se dispõe a acolher esses estudantes.

As professoras ainda citaram exemplos de medidas simples, como o destaque de palavras para reforçar o que é mais importante na aula, uso de letra cursiva, escrita em tinta, escrita em braile com máquina própria ou ainda desenhos que poderiam beneficiar bastante os estudantes. Quanto ao público-alvo da educação especial, elas apresentaram que 80% são aqueles que possuem dificuldade leves e restritas ao domínio acadêmico. 15% têm algum tipo de dificuldade acadêmica e atrasos no desenvolvimento e 5% dificuldades intensivas e abrangentes em todos os domínios.

As convidadas ainda expuseram que é preciso pensar numa educação diferenciada onde, por exemplo, seja aceitável que o estudante possa ser avaliado por meio de gestos com as mãos e não apenas por meio da escrita formal. E também foi citado que o excesso de burocracia, a sobrecarga de disciplinas, a fragilidade do ensino remoto na pandemia e a falta de uma legislação específica sobre o Plano Educacional Individualizado (PEI) são lacunas que precisam ser resolvidas.

“Não é fácil, é muito difícil. Se consegue construído no processo. É desafiador, principalmente para pensar estratégias de ensino diferenciadas que simplifiquem o processo, que permitam o ensino exitoso e deixem os alunos menos sobrecarregados”, mas é um caminho possível completaram as professoras.

 

Curricularização da extensão - palestra 1

Coube ao professor do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e ex-coordenador do Fórum Nacional de Extensão, Renato Tannure Rotta, e ao autor do livro “Caminhos para a Curricularização da Extensão”, Tomé de Pádua Frutuoso, a responsabilidade de abordar questões relacionadas às possibilidades e desafios da extensão na prática.

“A curricularização da extensão é para que todos participem de alguma atividade e não saiam da graduação sem essa experiência no currículo. Isso cria um novo patamar no ensino” e uma diferenciação na formação dos estudantes, destacaram os palestrantes. 

Eles deram exemplos de como relacionar diferentes saberes envolvendo conhecimentos e habilidades de diversas áreas e como isso se relaciona com a localidade onde a instituição está inserida, “até porque a essência da atividade de extensão prevê uma intervenção na sociedade”. Os professores convidados também esclareceram que houve equívocos do ponto de vista de considerar estágio como atividade de extensão. “Nem todas as atividades de estágio possibilitam isso [praticar a extensão]”. O estágio é validado como experiência de trabalho que pode conter uma experiência extensionista ao longo do processo, mas um não substitui o outro.

Ainda de acordo com eles é fundamental enxergar a curricularização como oportunidade, e não problema. E que ela dependerá de uma construção coletiva, dentro de uma cultura individualista do docente de trabalhar única e exclusivamente suas disciplinas. “A cultura do individualismo dificulta muito e é errado achar que a extensão vai diminuir a qualidade do curso/instituição”, afirmaram os docentes.

O professor Tomé lamentou ser um processo moroso o de fazer as pessoas entenderem a importância da extensão. Por outro lado, o docente Renato completou afirmando que “não se pode tratar esse assunto como sendo algo pesado demais. É um processo maravilhoso e importante. A extensão trouxe um sentido de realização para mim enquanto profissional da educação. São histórias muito bonitas que nós vivenciamos”. O impacto da extensão na sociedade é numeroso e na vida das pessoas grandioso, concluíram os palestrantes.

 

Curricularização da extensão - palestra 2

Link para palestra gravada da professora Olgamir Amância, que tratou da “Curricularização da Extensão: Concepções, Desafios e Experiências Exitosas”.

 

 

Setor de Comunicação Social e Eventos – Câmpus Itumbiara.

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