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III ErESCER

Povos indígenas foi tema da abertura

Publicado: Quarta, 19 de Junho de 2019, 18h01 | Última atualização em Sexta, 05 de Julho de 2019, 22h46

Palestrante relata o dia a dia na comunidade Tukano.

O consumo de elementos extraídos da natureza e a sociedade construída em função dele foram o elo entre as diversas atividades no III Encontro Regional Socioambiental do Cerrado (Erescer), que começou nesta segunda-feira, 17, e terminou na manhã de hoje, 19 de junho, no Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG). A palestra da noite de abertura, O Meio Ambiente e a Experiência Tukano: Pensando Possíveis Relações, com o estudante da Universidade de Brasília (UnB), Francisco Sarmento Tukano, abordou a vida nas comunidades indígenas.

Abertura

O professor de Música do IFG, Vinícius Mauricio Queiróz Hipólito da Silva, e banda formada especialmente para a abertura, deram o tom suave da noite com música popular brasileira nas canções Chega de Saudade e Garota de Ipanema, de Tom Jobim; Carinhoso, de Pixinguinha, e outras, acompanhadas no violão, violino e acordeão. Em seguida, os três grupos de alunos de Saneamento, vencedores do primeiro Concurso de Ginástica do Câmpus Formosa, e alunos de Biotecnologia apresentaram-se com movimentos coreografados por eles em músicas contemporâneas.

“Estamos aqui para celebrar uma vida em equilíbrio com o meio ambiente, celebrar a diversidade dos povos, de culturas”, declarou o coordenador-geral do evento, professor Geraldo Witeze Júnior.

A abertura ficou por conta do diretor-geral do Câmpus Formosa, professor Murilo de Assis Silva, e pelo coordenador-geral do III Erescer, professor Geraldo Witeze Júnior. Geraldo lembrou que o Erescer acontece em um período conflitante da história. “Em tempos de liberação de agrotóxicos, em tempos de violência no campo contra os camponeses, comunidades quilombolas e indígenas, em tempos de violência contra todos nós e o ambiente do qual nós fazemos parte, é sempre bom lembrar, então, a alegria, a celebração da juventude, a esperança, a importância de cultivar”, afirmou.

A palestra final, O Meio Ambiente e a Experiência Tukano: Pensando Possíveis Relações, trouxe o dia-a-dia da etnia Tukano da região do Alto do Rio Negro, na Amazônia, contada Francisco Sarmento Tukano. A região possui cerca de 27 povos indígenas e é uma das mais diversificadas do mundo, com mais de 26 línguas são faladas no local.

Tukano relatou que na região do Alto Rio Negro o desmatamento é quase inexistente, diferentemente do Cerrado. “A região é considerada a mais preservada na Amazônia. O desmatamento é quase zero”, disse. Segundo ele, a área desmatada é destinada à roça e a floresta se renova ao fim da colheita.

O palestrante falou sobre a invisibilidade dos povos indígenas no cômputo da população brasileira. De acordo com ele, 97% da população do Alto do Rio Negro é composta por índios e os indígenas correspondem a aproximadamente 1% da população brasileira. “É de se perguntar: onde estão os povos originários, os povos indígenas no contexto brasileiro? É invisível ou é invizibilizado pela história, história de conquistas, história de massacres, de perdas de grupos humanos?”, refletiu. Conforme o último senso – de 2010 – do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há mais de 240 povos indígenas brasileiros atualmente. Na época de Cabral, eram mais de 2.200.

Os povos nativos brasileiros estão buscando espaço político e escolarização para se relacionar com a sociedade não indígena. “Isso me levou a estudar o pensamento, a história, outras línguas, aprender outra ciência para a gente interagir e construir uma outra história diferente e que pense na continuidade dos povos indígenas”, explicou Tukano. Esta foi a primeira palestra do Câmpus Formosa ministrada por um indígena.

Cheiros e sensações

As demais atividades já começaram na tarde de segunda-feira. Antes da abertura, a oficina Poéticas Olfativas e Aromas, do professor Lemuel Gandara, do IFG, levava a todos que passassem na porta da sala de aula a sentirem perfumes e terem lembranças e sensações. A mesa posta no centro da sala, com flores, perfumes e óleos diversos, cítricos, adocicados, amadeirados, florais, herbais faziam parte da retórica do oficineiro, que associava imagens artísticas a aromas.

Os participantes passavam de mão em mão as fragrâncias a fim de descobrir a essência depositada ali para produzir poemas ou fotografias relacionadas a momentos que eram despertados por alguns daqueles perfumes. “Um dos perfumes me fez lembrar um momento, uma pessoa, porque essa pessoa usava. Era o cheiro dela”, disse a aluna do primeiro ano do curso Técnico em Biotecnologia, Antonella Gomes da Fonseca.

Além de Poéticas e Aromas, também ocorreram as oficinas de Croquis, de Reaproveitamento de Materiais Descartáveis, de Yoga e Meditação; o minicurso História Ambiental de Formosa e a palestra Uma Breve História da Sociedade e da Água.

 

Acesse aqui o álbum de fotos do III Erescer em nossa página no Facebook.

 

Setor de Comunicação Social/Câmpus Formosa

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