Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate - Tradução do site

ptenfrdeitesth

Opções de acessibilidade

Você está aqui: Página inicial > Comunicados do Câmpus Luziânia > IFG > Câmpus > Jataí > Notícias do Câmpus Jataí > Roda de conversa marca encerramento do Projeto "Atravessamentos Docentes"
Início do conteúdo da página
EXTENSÃO

Roda de conversa marca encerramento do Projeto "Atravessamentos Docentes"

Publicado: Segunda, 06 de Março de 2023, 17h42 | Última atualização em Terça, 14 de Março de 2023, 18h30
imagem sem descrição.

A Roda de Conversa "Para Descolonizar o Ensino e Pesquisa: Diálogos e Afetos" marcou o encerramento do Projeto de Extensão "Atravessamentos Docentes: O Gênero, a Raça e a Classe" realizado no Câmpus Jataí do Instituto Federal de Goiás (IFG) financiado por meio do edital 002/2022/Proex/IFG. Além da roda de conversa, o evento contou com exposição artística coletiva, apresentação de rap e performance poética. As professoras Alynne Lima (UFU),  Cláudia Lemes (UFJ) e Simone Rosa (IFG) protagonizaram o debate que foi conduzido pela professora Karine Oliveira (IFG).

O rapper Elicijay, que é também estudante de Psicologia da Universidade Federal de Jataí (UFJ) abriu a gira decolonial com apresentação musical. A temática da música de Elicijay envolve a violência, especialmente de contornos racistas. Em seguida, o servidor do Câmpus Jataí, Evaldo Gonçalves performou a poesia "Abandonado", de Leodegária de Jesus. Leodegária, negra, foi a primeira mulher a publicar um livro em Goiás - Coroa de Lírios de 1906.

A mediadora da roda de conversa, doutorando Karine Oliveira abriu a atividade relembrando o histórico que levou à construção do evento "estamos reunidas para celebrar essa virada epistemológica, para pensarmos nossas existências a partir do Sul. O encontro com novas pesquisadoras e as leituras de mundo que gente como Lelia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Anibal Quijano nos provoca abraços calorosos de afeto", celebrou. Ela também destacou a importância das pesquisadoras não se sentirem sozinhas. "Aqui não somos uma, somos muitas e muitos criando nós de equilíbrio que nos permitem escapar das amarras do epistemicídio colonial", finalizou. 

A professora Simone Rosa, que como Karine,  também é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciências e Matemática (PPGECM) falou sobre a descoberta que foi o grupo de estudos "Decolonialidade, Interseccionalidade e Educação". "A partir dos encontros pude, finalmente, entrar em contato com leituras que há muito tempo me indicavam, mas nunca tinha parado para ler. Fazer estas leituras coletivamente e entender as nuances desta perspectiva teórica nos da um lugar de força", festejou Simone. A doutoranda, que atua no Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Rede Estadual de Ensino, também falou sobre as novas experiências no sentido de decolonizar as práticas na Educação Inclusiva e alcançar estudantes e colegas da Rede nessa nova perspectiva. 

Assim como Simone, Alynne Lima também participou do grupo de estudos. Alynne relembrou a posição ocupada por estudantes diante dos currículos embranquecidos das universidades e a grande demanda por transformação social nos currículos desde a educação básica, até a pós-graduação. "Ao chegar no doutorado, na primeira disciplina que fui cursar, a professora nos trouxe um programa só com autoria branca, questionei onde estavam as pensadores e pensadores negras e negros. Felizmente, depois de um tempo parados por causa da pandemia, o novo programa da disciplina foi ampliado e trouxe gente como a gente para nos referenciar", explicou. 

 Por fim, a professora Cláudia Lemes (UFJ) lembrou a importância de se debater as chamadas questões da identidade também sob uma perspectiva de classe. "Não podemos pensar unicamente em um feminismo liberal, a representatividade vazia é apenas vazia. O foco de nossa atuação é interseccional justamente porque nos é caro as demandas de raça, gênero e classe articulados.", reiterou. Cláudia falava da realização de um evento com foco na violência contra as mulheres, na Universidade Federal de Jataí. "Preciso destacar a força que um evento como este e como o Vivendo sem violência provoca em nossas comunidades. Construídos a muitas mãos, especialmente mãos de mulheres, provocamos reflexão e, principalmente, tiramos do seu local de conforto aqueles colegas que se mantém no pensamento e na atuação convencional nas escolas e universidades", finalizou. 

 

Decolonialidade, Interseccionalidade e Educação

O projeto tem como objetivo promover reflexão sobre os atravessamentos que perpassam o trabalho docente no sistema-mundopatriarcal-capitalista-colonial-moderno. Entre os objetivos específicos: realizar estudo sobre a relação entre gênero e trabalho docente; compreender os diferentes atravessamentos que perpassam a atividade docente a partir do gênero, da raça e da classe social; promover reflexão crítica sobre a precarização do trabalho docente e sua feminilização; promover espaços dialógicos entre vivências e conhecimentos acadêmicos; colaborar com a formação de professoras e professores da Educação básica; articular ensino, pesquisa e extensão por meio de estudos e socialização de discussões; realizar evento para promoção do diálogo com os diferentes agendes da comunidade escolar e universitária de Jataí.

 

Exposição 

Uma exposição artística foi organizada, coletivamente, e provocou reflexões no Hall do Auditório da Unidade Riachuelo do IFG. Abaixo seguem as reflexões do texto de apresentação desta exposição, cujo título é 

 

“ATRAVESSAMENTOS”

Atravessar, trespassar, varar, descolonializar!
A Exposição “Atravessamentos”, vinculada ao Projeto de Extensão “Atravessamentos Docentes: o Gênero, a Raça e a Classe”, desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciências e Matemática, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Câmpus Jataí, carrega em si e sobre si esses verbos repletos de nuances semânticas.
Simone, Laura, Luciana, Flomar e Thais, assim como a decolonialidade, desafiam e desmantelam estruturas ao (re)significar o mundo a partir de suas visões femininas. Elas experimentam o inverter, o reinventar, o afetar-se, o elucidar-se e assim o fazem com o mundo e nos propõem a segui-las.
A decolonialidade envolve a reconstrução de conhecimentos e práticas baseadas em perspectivas femininas, indígenas, negras e outras que foram historicamente marginalizadas pelo projeto colonial.
Aqui vemos os “Atravessamentos” dessas mulheres e a busca pela descolonização de nossas mentes, corpos e relações sociais, reconstruindo práticas e conhecimentos a partir de perspectivas plurais e emancipatórias.
Deixemo-nos atravessar, deixemo-nos descolonizar!

 

 

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus jataí

Fim do conteúdo da página