Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate - Tradução do site

ptenfrdeitesth

Opções de acessibilidade

Você está aqui: Página inicial > Comunicados do Câmpus Luziânia > IFG > Últimas notícias > Curso de Licenciatura em Pedagogia Bilíngue do IFG conquista nota máxima no conceito do MEC
Início do conteúdo da página
RECONHECIMENTO

Curso de Licenciatura em Pedagogia Bilíngue do IFG conquista nota máxima no conceito do MEC

O curso é ofertado no Câmpus Aparecida de Goiânia com reserva de vagas para surdos

  • Publicado: Quarta, 20 de Março de 2019, 15h49
  • Última atualização em Segunda, 19 de Setembro de 2022, 16h58

O curso de Licenciatura em Pedagogia Bilíngue do IFG conquistou conceito máximo de avaliação do Ministério da Educação (MEC). A notícia da nota 5 foi recebida com festa nesta terça-feira, 19, no Câmpus Aparecida de Goiânia, onde é ministrado o curso. Alunos de todas as turmas do curso reuniram-se com professores no início da noite em confraternização. Paralelamente, outra festa acontecia nas redes sociais, com felicitações e um alegre envolvimento de alunos, professores e servidores administrativos.

A diretora-geral do Câmpus Aparecida de Goiânia, professora Ana Lucia Siqueira de Oliveira, manifestou seu agradecimento a toda a comunidade acadêmica pela conquista alcançada. Ana Lucia destaca que o curso de Pedagogia Bilíngue é um dos maiores desafios do IFG no Câmpus Aparecida de Goiânia, pelo caráter da inclusão. “Além da importância de ser um curso de formação de professores, a questão da inclusão dos alunos surdos no curso e a especificidade desse curso que forma o pedagogo que vai atender as crianças surdas é o desafio que abraçamos e para o qual tentamos manter a excelência na formação desse profissional”, afirma a diretora.

O reconhecimento do empenho de servidores e alunos para a excelente avaliação da Licenciatura em Pedagogia Bilíngue também é destacado pela coordenadora do curso, professora Aleir Ferraz Tenório: “É a alegria de ver um trabalho que tem se realizado em equipe ser reconhecido. Não é mérito de uma ou duas pessoas. É mérito de todos os que compõem a comunidade acadêmica do Câmpus Aparecida de Goiânia e é assim que pensamos deve ser entendida esta nota cinco”, afirmou Aleir. A coordenadora acrescenta que o resultado também advém de um sentido que tem sido dado no curso à Educação como um ato político, “que não se realiza desvinculada de um projeto social mais amplo, o projeto de uma sociedade inclusiva, onde todas as pessoas partilhem dos mesmos direitos e oportunidades”, destaca.

 

Novo ciclo

O curso de Pedagogia Bilíngue é destinado à formação de professores para atuar na educação de surdos e ouvintes na educação infantil, nas séries iniciais do ensino fundamental, trabalhar em equipes multidisciplinares e também em espaços como gestor na Educação. Idealizadora do curso, a professora Waléria Batista da Silva Vaz Mendes avalia que a nota atribuída pelo MEC é o fechamento de um ciclo que teve início coletivo, com o objetivo de atender principalmente o surdo. Ao considerar o momento histórico atual como “importantíssimo”, por dar mais atenção à educação bilíngue para surdos, a professora avalia que o conceito de excelência “dá início a uma nova etapa de construções mais significativas para a comunidade surda”. Tais construções, conforme explica, são a formação e efetivação de escolas bilíngues e a criação de uma formação continuada de professores nos âmbitos lato e stricto sensu.

Waléria comenta que alguns professores do Câmpus Aparecida de Goiânia do IFG já fazem parte do Fórum Estadual de Educação em Defesa da Escola Bilíngue. O comprometimento dos docentes com a causa está ocorrendo também na busca por aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras), para conseguir maior envolvimento com os alunos e qualidade em suas aulas, mesmo contando com a presença dos intérpretes. É o caso da professora Joana Cristina Neves de Menezes Faria, que ministra aulas de Biologia no curso de Pedagogia Bilíngue e está estudando Libras. “Nós professores estamos em constante estudo para conseguir atender a uma demanda que para nós é nova”, afirma.

A aluna Mônica Alves é surda e destaca que o bilinguismo é importante também para o ouvinte, porque o surdo vê a diversidade no ouvinte e vice-versa, acrescentando que ambos crescem no compartilhamento de conhecimentos e experiências. Ela faz uma relação do bilinguismo com a interdisciplinaridade, em que os estudantes ganham em conhecimento ao compreender a interação que existe nos diferentes ramos do conhecimento.

Os professores têm um apoio fundamental de intérpretes de Libras em suas aulas. A primeira intérprete do curso é a servidora Marly Rodrigues Silva de Souza, que reitera a conquista do conceito 5 pela curso como “uma vitória”, pelo fato de ser o fruto de muita luta que inclui professores, alunos, intérpretes e outros servidores administrativos do IFG. Ela lembra das lutas por mais intérpretes, que hoje são nove, e do empenho dos professores de variadas disciplinas que estão estudando Libras. “Não faltam dificuldades, mas também não falta engajamento nessa luta”, resume Marly.

 

Vitória e coletividade

Os alunos demonstraram não apenas satisfação com a notícia, mas um sentimento de vitória em suas trajetórias de vida. Nataly Lobão, aluna do quinto período, conta que sentiu a mesma felicidade de quando entrou no IFG, há dois anos e meio. Ela diz ter ficado muito emocionada nos dois momentos: “Eu não acreditava que uma menina que estudou em escola pública, sempre teve que trabalhar e estudar, conseguiria entrar em um Instituto Federal e a partir de agora estar em um curso reconhecido com nota máxima”, afirma.

Alunas da primeira turma do curso, Ariana dos Santos Silva e Sandra Farias Costa vão colar grau no mês de abril e relembram o empenho de estudantes e professores num trabalho que hoje é motivo de orgulho. Sandra comenta que desde 2015 o curso vem sendo remodelado numa contribuição mútua de alunos e professores. “Essa conquista é de todos nós”, completa Ariana. A aluna Lígia Gonçalves Costa, do sétimo período, destaca que “adequações” são uma qualidade quando se trabalha com seres humanos, “porque nada está pronto e acabado”, diz, enaltecendo o caráter de justiça social proporcionado pelo curso de Licenciatura em Pedagogia Bilíngue.

Mônica Alves, do sétimo período, ressalta que o bilinguismo é importante não apenas para os estudantes surdos, como ela, mas também para os ouvintes. Para Mônica, o surdo vê a diversidade no ouvinte e vice-versa, acrescentando que ambos crescem no compartilhamento de conhecimentos e experiências. Ela faz uma relação do bilinguismo com a interdisciplinaridade, em que os estudantes ganham em conhecimento ao compreender a interação que existe nos diferentes ramos do conhecimento.

Já a estudante Priscila Rocha, também do sétimo período, é ouvinte, mas tem um filho surdo, que teve o acompanhamento dela em sua alfabetização e neste ano foi aprovado para o curso de Medicina na Universidade Federal de Goiás (UFG), o que também foi muito comemorado por professores e alunos do IFG. Agora, a possibilidade de Priscila participar da alfabetização de outros surdos tem fronteiras alargadas, como futura pedagoga bilíngue em Libras-Português.

 

Pioneirismo

Quando foi iniciado no Instituto Federal de Goiás em 2015, o curso de Pedagogia Bilíngue era o único do País na modalidade presencial. Sua característica inclusiva deu um salto no ano seguinte, quando o número de alunos surdos elevou-se de um para sete e houve ainda o ingresso de um professor surdo, Diego Leonardo Pereira Vaz. Atualmente, além de oferecer o curso presencial de Pedagogia Bilíngue Libras-Português, com reserva de vagas para surdos, o Câmpus Aparecida de Goiânia do IFG é polo do Instituto Nacional de Surdos (INES) na oferta do curso de Pedagogia EaD. O IFG é um dos 12 polos do País e o único de Goiás a oferecer o curso em cooperação com o INES.

 

 

 

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia,

Fim do conteúdo da página