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Apresentações artísticas são destaque na Semana da Consciência Negra do Câmpus Inhumas

Publicado: Sexta, 23 de Novembro de 2018, 13h31 | Última atualização em Terça, 11 de Dezembro de 2018, 18h27

A Dança Africana foi apresentada por alunos do Centro Cultural Alethéia Martins 

Apresentação durante a Semana da Consciência Negra
   Estudantes posam ao lado do professor Daniel Aldo

A programação da Semana da Consciência Negra do IFG-Câmpus Inhumas teve continuidade nesta quarta-feira, 21 de novembro, com as seguintes apresentações artístico-culturais: o teatro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus; Batucada; Sarau de Poesia; Dança do Ventre e Dança Africana. A apresentação de Dança Africana foi realizada por alunos do Centro Cultural Alethéia Martins, com coreografia do professor Brenno Henrique de Moraes. Outro destaque da Semana foi a exposição de trabalhos da artista/artesã Railda Assis no hall de entrada do Câmpus Inhumas.

No dia 14, foi realizada a palestra Racismo e Resistência Negra no Brasil, ministrada pelo professor Cleito Pereira dos Santos, doutor em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que atua na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG). As atividades fazem parte de um Projeto de Extensão, sob a coordenação-geral da professora Liliane de Paula Munhoz, em que os alunos estão desenvolvendo a leitura de textos e ensaios de música, dança, encenação de poesia e teatro desde o início deste semestre letivo.  

Teatro

"A peça Quarto de Despejo foi uma homenagem à escritora Carolina Maria de Jesus, considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. A apresentação colaborou para o combate à discriminação e ao preconceito", explicou a professora Liliane. A aluna Amanda Ferreira, que interpretou Carolina, mostrou a força e a beleza dessa mulher que vivia, com seus três filhos, na Favela do Canindé, em São Paulo, nos anos de 1950 e 1960. "Ficamos felizes em ouvir de muitos alunos que não a conheciam, que eles sentem a vontade de falar sobre ela. Carolina é uma referência no sentido de personificar a resistência negra: ela dizia, até, que, se houver reencarnação, ela queria voltar sempre preta", completou. 

Grupo que apresentou a peça teatral
   Grupo que apresentou a peça teatral Quarto de Despejo

Outra autora também homenageada na quarta-feira foi Maya Angelou. O seu poema “Mulher fenomenal” figurativiza a luta contra as convenções e contra os estereótipos. Angelou fala sobre o empoderamento e sobre a confiança na beleza da pele negra. O poema declamado pelos alunos do 3º ano do curso Técnico em Informática dá voz para o “ser” negro tantas vezes amordaçado, segundo Liliane.

Dança

A dança do ventre (executada pela aluna egressa Ana Luiza Munhoz) e a dança africana (coreografada pelo professor Brenno Henrique Moraes, do Centro Cultural Alethéia Martins) foram dois momentos marcantes. "A dança do ventre, cuja origem é atribuída ao Egito Antigo, e que muito pouca gente relaciona ao continente africano, é uma forma de representarmos o empoderamento feminino. Quanto à coreografia da dança africana, Breno Moraes deu ênfase a movimentos que compõem o mundo do trabalho escravo, contribuindo para a construção de homens e mulheres negros, completamente distantes do estereótipo da sexualização", relatou a docente. 

Liliane destacou, ainda, que a leitura e a realização da arte, em suas diferentes manifestações, motivam a participação, a integração, a capacidade de ouvir, habilidade de falar, capacidade de trabalhar em grupo, de interpretar e produzir textos. "Estamos felizes com a oportunidade de celebrar a 'consciência negra' com nossos alunos". 

 

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