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Especial 75 anos

Entrevistas e fotografias compõem acervo sobre a história da Instituição

Publicado: Sexta, 07 de Julho de 2017, 08h52 | Última atualização em Segunda, 17 de Julho de 2017, 15h58

Projetos que valorizam a memória oral e também os registros fotográficos constituem-se como fontes de pesquisa sobre o passado da Instituição

Professor Walmir Barbosa desenvolve o projeto Memória IFG, que busca recuperar informações sobre o passado da Instituição a partir de entrevistas com egressos e servidores.

Quem estuda ou trabalha no Câmpus Goiânia pouco sabe ou desconhece o quanto de história a unidade detém. Se as paredes falassem, imagina o que elas contariam desde 5 de julho de 1942 até hoje. Não só os traços arquitetônicos e o patrimônio Art Déco têm muito a revelar do passado da Instituição, mas também as lembranças das pessoas e registros que fizeram esse ambiente conquistar seus 75 anos.

É nesse sentido de resgatar a história do Câmpus Goiânia por meio dos relatos de servidores docentes e técnico-administrativos, ativos e aposentados, bem como alunos e egressos, que o professor do IFG - Câmpus Goiânia, Walmir Barbosa, coordena o projeto “Memória IFG:recuperação histórica da nossa trajetória Institucional”. O trabalho contou com a colaboração do produtor cultural da Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia, Dustan Oeven e do servidor lotado na Reitoria, Geraldo Coelho de Oliveira Júnior, que contribuíram durante as filmagens das entrevistas, bem como na edição dos vídeos.

Confira os vídeos com as entrevistas no canal Memória IFG no Youtube

Desde o início do projeto em 2013, já foram contabilizadas cerca de 40 entrevistas, entre áudios e filmagens, com pessoas que estudaram e/ou trabalharam (ou trabalham) na Instituição, cujas memórias proporcionam importantes recordações da trajetória histórica do IFG – Câmpus Goiânia. O objetivo, segundo o professor Walmir Barbosa, é de que esse material possa servir de fonte para pesquisas direcionadas à investigação da educação profissional e da própria Instituição, além de subsidiar a produção de documentários e vídeos institucionais.

Alguns dos depoimentos filmados encontram-se disponíveis no canal do projeto “Memória IFG” no YouTube.  Na plataforma virtual, há 32 entrevistas, com pioneiros na história da Instituição e também com atuais servidores do Câmpus Goiânia. Entre os vídeos, por exemplo, há depoimentos de alunos da primeira turma da Escola Técnica de Goiânia (ETG), como o professor Hélio Naves, Dimas Mendonça, Dorival José Mendes, entre outros.

Detalhes do passado
O interessante nesses relatos é que as trajetórias pessoais dos entrevistados revelam sutilezas, que, por vezes, não são ressaltadas na descrição cronológica da história do IFG. Quem conhece um pouco do passado histórico da Instituição sabe que ela teve início lá em 1909, com a criação da Escola de Aprendizes Artífices, pelo então presidente Nilo Peçanha, na antiga Vila Boa, atual cidade de Goiás. Depois, em 1942, foi transformada e transferida para Goiânia, surgindo a então Escola Técnica de Goiânia (ETG). Posteriormente, instituiu-se a Escola Técnica Federal de Goiás (ETFG) em 1965, seguida pelo Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET-GO), em 1999, até chegar a IFG – Câmpus Goiânia, em 2008.

Mas nesse percurso histórico, alguns fatos chamam a atenção e são recordados por meio de depoimentos de quem viveu nesse ambiente em outras épocas. Quem vê o Câmpus Goiânia hoje com tanta diversidade de alunos, com estudantes dos ensinos superior e médio compartilhando o mesmo espaço, já imaginou que a Instituição, numa determinada época, só permitia o ingresso de alunos do sexo masculino nos cursos do ginásio industrial? Ou mesmo que a escola já ofertou ensino nas modalidades de internato e semi-internato? Esses fatos, por exemplo, são relembrados em trechos da entrevista do professor Hélio Naves, ao projeto Memória IFG.

Para o professor Walmir Barbosa, a intenção é prosseguir com o projeto, realizando mais entrevistas e tendo o apoio e contribuição de mais pesquisadores interessados em colaborar com o trabalho de registro da memória oral.


Fotos históricas

Professora Sônia Lobo exibe acervo fotográfico sobre o passado da Instituição.

Outro trabalho de valorização da memória da Instituição é empreendido pela professora de História do IFG – Câmpus Goiânia, Sônia Lobo, que ajuda a recuperar o passado da Instituição por meio de fotos antigas. A professora Sônia conta que o interesse em catalogar as fotografias encontradas na unidade iniciou na época das comemorações dos 100 anos da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, celebrados em 23 de setembro de 2009.  Momento em que houve a digitalização do acervo recém-construído e a exposição pública de fotografias que mostram os diferentes períodos da Instituição. Algumas dessas fotos da exposição podem ser vistas atualmente nas paredes do prédio administrativo do Câmpus Goiânia.

Para o trabalho de construção do acervo, a professora Sônia Lobo, juntamente com a egressa e atual servidora do Câmpus Goiânia Natalia de Paula Santos, coletaram mais de quatro mil fotografias, que se encontravam espalhadas em diversos setores da unidade.  A partir da compilação do material, as pesquisadoras organizaram cerca de 10 álbuns fotográficos, cujas fotos foram catalogadas de acordo com temas, como: os diferentes momentos históricos da Instituição, o trabalho realizado dentro da Instituição, os espaços físicos, as visitas técnicas, etc.

Na época, foi necessária a colaboração de servidores pioneiros, que, por meio de suas memórias, auxiliaram  também na identificação das fotos. O acervo é constituído por algumas poucas fotografias da época de Escola de Aprendizes Artífices, da fundação da Escola Técnica de Goiânia e muitas outras fotos da Escola Técnica Federal de Goiás, até o final dos anos de 1990.

“Tem todo o restante do acervo ainda para explorar, porque dependendo do recorte, é possível escolher outras imagens. É uma pena que poucas pessoas sabem desse acervo, mas é uma fonte de pesquisa para quem quer trabalhar com imagem na área de educação, da educação profissional e sobre a própria Instituição”, ressaltou a professora Sônia Lobo.

O projeto com as fotografias foi intitulado “100 anos da Educação Profissional: memória através das imagens” e já foi encerrado, mas o acervo continua contribuindo com outras pesquisas, como, por exemplo, para um artigo da professora Sônia, em que ela investigou os processos de disciplinarização dentro da Instituição utilizando fotografias. Além disso, esse acervo fotográfico também tem contribuído para a tese de doutorado empreendida pelo servidor Mauro Alves Pires. O acervo fotográfico pode ser utilizado, por exemplo, para a criação de uma galeria de ex-diretores da Instituição (confira a lista), que ainda é inexistente.

“Dentro das Ciências Humanas, em geral, as imagens e as fotografias são vistas como fontes históricas. Então, durante um longo período, as fontes históricas eram basicamente documentos escritos oficiais. Hoje, qualquer produção humana é considerada fonte histórica. Então, para história, esse é um acervo muito importante, porque você pode fazer de fato um estudo histórico através da análise das imagens. Não observando a imagem como o retrato da realidade, não como uma reprodução da verdade, mas como uma maneira de ver essa realidade”, esclarece a professora Sônia sobre os processos metodológicos que envolvem os estudos com fotografias.

O acesso ao acervo de fotos atualmente perpassa pela mediação da professora Sônia Lobo e mais, recentemente, também pela Direção-Geral e Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia, devido à carência de um centro de documentação no IFG – Câmpus Goiânia. “A nossa intenção é que o máximo de pessoas possam ter o acesso e que também pudessem doar fotografias para complementar o acervo”.

“Para historiadores vinculados a história da educação, a história da educação profissional, esse acervo de fotografias é uma fonte que pode resultar em muitos projetos de pesquisa ainda.” A proposta é a de que mais pesquisadores e arquivistas interessados possam colaborar com a continuação do projeto, ajudando na catalogação das fotografias restantes, bem como na criação de um centro de documentação, que resguarde de maneira ideal o acervo na Instituição, para que possa ser acessível à consulta pública.



Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.

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