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COMPETIÇÃO

Câmpus Goiânia leva medalha de bronze na 15ª Olimpíada Nacional de História do Brasil

Publicado: Sexta, 01 de Setembro de 2023, 16h39 | Última atualização em Sexta, 01 de Setembro de 2023, 16h47

Equipe intitulada “Pamonha Revoltada” é formada por estudantes do quarto ano do curso técnico integrado em Eletrônica

Lara Saywry Matsuura, Filipe Antunes Miranda, Adre Novais Xavier Rodrigues e o professor Rainer Gonçalves durante premiação na Unicamp
Lara Saywry Matsuura, Filipe Antunes Miranda, Adre Novais Xavier Rodrigues e o professor Rainer Gonçalves durante premiação na Unicamp

Goiás conquistou três medalhas na 15ª edição da Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB) e uma delas foi mérito dos estudantes Adre Novais Xavier Rodrigues, Lara Saywry Matsuura e Filipe Antunes Miranda, do quarto ano do curso técnico integrado ao ensino médio em Eletrônica do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG). Os discentes participaram da etapa final da competição que foi realizada nos dias 26 e 27 de agosto, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e trouxeram o bronze para a Instituição.

A ONHB é um projeto de extensão do departamento de História da Unicamp, desenvolvida por meio da participação de docentes, alunos de pós-graduação e de graduação do curso. A equipe formada pelos estudantes do Câmpus Goiânia, chamada “Pamonha Revoltada”, foi uma das 340 que chegaram até a final da competição, que contou com o recorde de mais de 30,5 mil equipes inscritas. No total, foram 120 mil participantes, dentre alunos e professores orientadores representando escolas públicas e privadas dos ensinos fundamental e médio.

O professor de História do Câmpus Goiânia, Rainer Gonçalves Sousa, foi o responsável pela divulgação e orientação dos discentes na Instituição. Segundo ele, o envolvimento dos alunos ocorreu de forma espontânea, conforme as informações sobre a olimpíada foram passadas. Para chegar à final, os participantes tiveram que passar por seis fases que envolvem provas de múltipla escolha que aferem o nível de interpretação e compreensão da temática histórica – esse ano foi abordada a questão indígena no Brasil, destacando aspectos desde de direito à terra até as produções culturais contemporâneas de diversos povos. Além das questões, as equipes também realizaram tarefas que vão desde análise de fotografias históricas, passando por elaboração de um plano de aula sobre o tema do evento, transcrição de documentos históricos, entre outros desafios. 

De acordo com o professor, a preparação dos alunos foi realizada por meio da ONHB-A – uma versão teste da olimpíada que oportuniza aos estudantes terem noção sobre como funciona a competição, quais os desafios mais gerais que envolvem a realização das provas e tarefas.

 

 

Para o docente, a experiência dos estudantes em um evento como a ONHB é proveitosa, uma vez que amplia a visão sobre os procedimentos e desafios que estão relacionados ao processo de produção do conhecimento histórico. “No contexto escolar, não raro, temos a exposição da História excessivamente centrada na capacidade narrativa e retórica do professor e do livro didático. Com a olimpíada, o aluno tem a oportunidade de ter uma relação densa com os desafios que envolvem a análise e a interpretação das fontes históricas, que são o substrato fundamental para o desenvolvimento de pesquisa nessa área. Além disso, passam a entender melhor que a construção do conhecimento histórico, ainda que cercado por diversos rigores metodológicos, pode se realizar em diferentes perspectivas. Sendo possível compreender a existência de diferentes enfoques para se avaliar a experiência do homem no tempo”, explica.

O estudante Adre Novais, integrante da equipe “Pamonha Revoltada”, reitera a análise do professor ao dizer que a ONHB promove um aprendizado ativo. “Ao invés de apenas memorizar datas e fatos, os participantes são desafiados a compreender o contexto histórico, analisar diferentes perspectivas e construir argumentos sólidos. Isso estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade de pesquisa, habilidades que são valiosas não apenas para a História, mas para a formação educacional e cidadã como um todo”. Para ele, a competição é fundamental para estimular o interesse pelo estudo da História do Brasil, democratizar o acesso ao conhecimento histórico, desenvolver habilidades de trabalho em equipe e valorizar a profissão de historiador e tem um impacto positivo tanto na educação quanto na cultura brasileira, contribuindo para a formação de cidadãos mais críticos, informados e engajados com a história de seu país.

 

Foco no conhecimento

No Câmpus Goiânia, a preparação dos discentes teve como foco a parte do aprendizado acima do reconhecimento por meio das medalhas. Rainer Gonçalves conta que ganhar ou não foi uma questão deixada para segundo ou terceiro plano. Ele avalia que uma das vantagens de envolver os estudantes nesse tipo de competição é justamente a “relação mais horizontal que eles podem ter com o professor, desconstruindo o ideal de que o docente de História seja uma espécie de ‘almanaque ambulante’ que armazena uma infinidade de datas e fatos históricos. Os alunos passam a compreender que existem diferentes níveis de interpretação das fontes e que, tal distinção não é simples de ser reconhecida. Mas é nesse momento, do debate, do confronto de ideias, que os alunos passam a enxergar a disciplina de outro modo”, completa.

Com o foco na aprendizagem, o professor enfatiza o trabalho desenvolvido pelo IFG Câmpus Goiânia no sentido de colocar o conhecimento acima de qualquer premiação. “Vale frisar que a equipe entrou na fase final por meio de uma cota de representatividade das escolas públicas, estando abaixo do ponto de corte da concorrência universal. Logo, chegando à final (que funciona de modo universal), os membros tiveram que suplantar essa diferença de pontos para disputar uma das 75 medalhas que são entregues na fase final. […] cabe destacar que eles ainda precisam lidar com a concorrência de equipes que contam com apoio multidisciplinar e de mentorias paralelas que são contratadas por alguns colégios e equipes, deixando o desafio de alcançar a medalha ainda mais complicado”.

Além disso, o docente destaca também o entrosamento e cooperação das outras equipes do câmpus que participaram das demais fases da ONHB. “Mesmo que a experiência de ganhar uma medalha inédita seja muito importante, existem várias outras equipes que contribuíram, de forma aberta e solidária, para que a equipe "Pamonha Revoltada" pudesse representar o IFG e o estado de Goiás na competição. Foi por meio dessa forma colaborativa que essa equipe conseguiu alcançar o seleto grupo de 340 finalistas que estiveram na Unicamp para a fase presencial”, relata.

 

Quer saber mais sobre a Olimpíada Nacional de História do Brasil? Acesse a página: https://www.olimpiadadehistoria.com.br/ 


Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia do IFG.

 

 

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