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FLASH DA CIÊNCIA

Projeto do Câmpus Goiânia promove inclusão e cultura por meio do Núcleo de Choro do IFG

Publicado: Sexta, 23 de Junho de 2023, 14h03 | Última atualização em Quinta, 29 de Junho de 2023, 10h01

Ação é desenvolvida em parceria com Grupo Diversus, da UFG, e com o Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte, da Secretaria Estadual de Educação

Núcleo de Choro do IFG e Grupo Diversus da UFG no palco durante apresentação promovida pelo projeto Chorinho e Comunidade
Núcleo de Choro do IFG e Grupo Diversus da UFG no palco durante apresentação promovida pelo projeto Chorinho e Comunidade

Música e dança em prol da inclusão. Essa é uma das premissas do projeto de extensão Chorinho e Comunidade: arte, inclusão e formação promovido pelo Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás. A ação visa levar arte, por meio do Núcleo de Choro do IFG e do Grupo Diversus, da Universidade Federal de Goiás (UFG), para apresentações em escolas e outros espaços públicos com o objetivo de promover a cultura e a inclusão de pessoas com e sem deficiência.

O projeto é promovido pelos professores da área de Música do Câmpus Goiânia, Gustavo Amui e Lamartine Tavares, este responsável pelo projeto de ensino que consiste no Núcleo de Choro do IFG, e conta também com a participação da coordenação do Grupo Diversus da UFG, composto por bailarinos com e sem deficiência. A ação de extensão se desdobrada em quatro momentos, sendo eles: Núcleo de Choro do IFG, Grupo de Dança Diversus, Choro e Educação Básica e o Grupo de Choro do IFG Convida.

Para entender o projeto de extensão, é preciso conhecer o Núcleo de Choro do IFG que é um projeto de ensino destinado ao estudo e à performance da música popular brasileira, com ênfase no gênero “Choro”. O ensino e a prática são pilares do Núcleo que reúne estudantes do curso técnico Integrado em Instrumento Musical e da Licenciatura em Música, além de professores da área, com o objetivo de manter e incentivar a prática musical tendo como premissa o Choro. Suas atividades possibilitam o aprendizado de diferentes conteúdos musicais, como a harmonia, melodia, improvisação, condução rítmico-harmônica, contraponto, arranjo, entre outros. O grupo realiza apresentações todas as sextas-feiras, às 12 horas, no pátio do Câmpus Goiânia e é convidado para eventos institucionais e externos, como é o caso do Chorinho promovido pela Prefeitura de Goiânia.

Foi em um desses convites que surgiu a ideia de integrar o Núcleo de Choro a um projeto que atendesse à comunidade externa e, assim, nasceu a ação de extensão Chorinho e Comunidade. “A parceria entre os dois grupos (Núcleo de Choro e Grupo Diversus) teve início no segundo semestre de 2022, com uma participação do Grupo de Choro do IFG na estreia do espetáculo documentário Fronteiras, obra das companhias inclusivas Dançando com a Diferença (Portugal), Grupo de dança Diversus - Universidade Federal de Goiás (Brasil) e Fundação Psico Ballet Maite León (Espanha) apoiada pelo Programa Iberescena. O espetáculo foi realizado no dia 7 de outubro de 2022, no Centro Cultural da UFG, em que foi possível uma interação entre os músicos e estudantes integrantes do Grupo de Choro do IFG e os dançarinos do Grupo de Dança Diversus. Foi uma apresentação que teve duas partes: a primeira parte somente com o Grupo de Choro, em uma apresentação tradicional de Choro; a segunda parte em uma apresentação do Grupo de Choro com os bailarinos do Grupo Diversus, uma grande interação entre música e dança no palco. Foi um momento muito rico e de muita troca de saberes. A partir daí, começamos a dialogar com as coordenadoras do Grupo Diversos no sentido de pensarmos um espetáculo entre música e dança, que culminou no projeto de extensão”, conta o professor Gustavo Amui.

 


Núcleo de Choro fica por conta da música, enquanto os dançarinos do Grupo DIversus são responsáveis pela performance no palco nas apresentações

 

O Grupo Diversus, projeto de extensão da Universidade Federal de Goiás, é composto por artistas com e sem deficiência, com diferentes características, abrangendo diversidades motoras, auditivas, visuais, intelectuais, de gênero, faixa etária e de experiências com a dança. A proposta é de Dança Inclusiva, comprometida com a acessibilidade e com o estudo e ampliação dos processos criativos junto a esses participantes. De acordo com os proponentes do projeto Chorinho e Comunidade, a parceria entre o Grupo Diversus e o Núcleo de Choro do IFG converge com a ampliação das possibilidades do fazer artístico, do dançar, da musicalidade na diversidade e na promoção de processos criativos, inclusivos e interdisciplinares.

Ainda segundo os docentes, apesar da grande proximidade entre música e dança, elas são duas áreas de conhecimento diferentes, cada uma com suas especificidades e o diálogo entre ambas, alinhadas à linguagem da arte, é enriquecedor e fascinante, podendo gerar produções brilhantes. Para tanto, os dois grupos reúnem mensalmente para ensaios e apresentações. Em maio, por exemplo, foi realizada uma atividade cultural do projeto no Teatro Escola Basileu França, no centro de Goiânia. Nas ocasiões, a música fica por conta do Núcleo de Choro do IFG que ganha mais vida e interpretação com a performance do Grupo Diversos da UFG. Em alguns momentos, os músicos, de forma individual, interagem com um grupo de dançarinos, que se expressam por meio da dança conduzida pelos instrumentos.

As coordenações do projeto Chorinho e Comunidade e do Grupo Diversus da UFG acreditam que o saber artístico entre os dois grupos oportuniza um espaço enriquecedor e propício para a ampliação de conhecimentos e reflexões sobre as práticas inclusivas, comportamentos, de questionamentos sobre preconceitos e de ruptura com a segregação de pessoas com deficiência. Para o estudantes de Licenciatura em Música e membro do Núcleo de Choro do IFG, Anderson Nogueira, a experiência é enriquecedora. “A gente vê muito a evolução nossa, tanto como artista e professor, músico quanto pessoa mesmo, desenvolvendo o ser humano. A gente vê que cada vez mais a gente desenvolve essa percepção de olhar para o outro, tem até um aquecimento que a gente faz de contato de olhar olho no olho, de saber do corpo, o que a gente pode fazer com o corpo, como a gente pode tocar, como a gente pode dançar. Eu nunca tinha participado de um grupo assim, inclusivo, tem pessoas com autismo, síndrome de down, e é um trabalho muito importante”, comenta.

Para a coordenadora pedagógica do Grupo Diversus, Rosirene Campelo dos Santos, a experiência junto ao Núcleo de Choro do IFG promove uma troca de saberes. “A vinda do Choro (Núcleo de Choro do IFG) possibilitou a gente estar aprendendo, junto com o pessoal da música, e eles aprendendo com a gente. Nos possibilitou também estar pensando e ampliando esse repertório, tanto o repertório corporal, artístico, cênico e pensar nos vários processos de composição coreográfica. […] Quando o pessoal do IF chega com os instrumentos e apresenta para os nossos intérpretes criadores, aí surgem as diferentes possibilidades de ritmo, de movimentos, de pensar como os próprios músicos podem inclusive dançar com seus instrumentos […] É uma troca recíproca: ao mesmo tempo que eles trazem os instrumentos musicais, a gente também possibilita para eles essas experiências corporais”, explica.

 


Outra proposta do projeto é levar o Choro a escolas da rede estadual de ensino, uma parceria com o Ciranda da Arte

 

Além da interação entre o Núcleo de Choro do IFG e o Grupo Diversus, o projeto contempla também parceria com o Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte, da Secretaria Estadual de Educação, que possibilita levar apresentações de Choro a escolas da rede estadual. “Lá (nas escolas) nós realizamos oficinas de Choro, falamos sobre a estrutura do Choro, tem momentos de interação entre alunos de bandas marciais – nessas escolas têm muitas bandas de música e banda marcial, então eles têm os instrumentos de sopro e, em alguns momentos, é possível ter a interação entre nosso Grupo de Choro e esses grupos que já estão atuando com música nessas escolas”, acrescenta Gustavo Amui.

A ação de extensão também é responsável por trazer a cada bimestre um músico referência na área do Choro para tocar junto aos estudantes do Núcleo do IFG durante as apresentações das sextas-feiras. “Existe a interação entre nossos estudantes e uma pessoa que já é muito experiente nesse cenário. Já tivemos participações, inclusive, de ex-alunos do IFG e do Grupo de Choro, que agora são muito atuantes no Choro goiano”, completa Gustavo.


Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia

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