Grupo Corpo Composto faz segunda apresentação do espetáculo "Q" em Goiânia

Nesta sexta-feira, 11, sera a vez do público de Goiânia apreciar o novo trabalho do grupo de dança Corpo Composto, coletivo artístico formado por alunos e professores do Câmpus Aparecida de Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG). O espetáculo “Q”, com direção do espanhol Antònio Gómez Casa, da Companhia Inestable 21, fez sua pré-estreia no sábado, 5, no Teatro do Ponto de Cultura Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia, e a próxima apresentação será na sexta-feira, às 20 horas, no Teatro do Espaço Sonhus, no Colégio Lyceu de Goiânia, localizado no Centro da Capital. A entrada é gratuita.

O espetáculo “Q” é uma produção da Companhia Inestable 21, composta por adolescentes e crianças da Escola Municipal de Teatro de Lleida, na Espanha. A remontagem do espetáculo com o grupo de adolescentes do IFG é do diretor Antònio Gomez Casa, uma parceria viabilizada por meio de convênio firmado entre as duas instituições.  A obra, criada para um elenco de adolescentes, trata de questões próprias dessa idade de transição, mas é um espetáculo para todas as idades.

O diretor conta que o espetáculo “Q” foi criado no ano de 2015 e que a parceria para remontagem desse trabalho com os alunos do IFG Aparecida de Goiânia se deu por meio dos professores do curso de Licenciatura em Dança do Instituto Federal de Goiás, que conheceram o diretor quando ele já estava em Goiânia para a direção de outros trabalhos artísticos, de outros grupos cênicos da capital. O convênio firmado entre o  IFG e a Escola Municipal de Teatro de Lleida garantirá um intercâmbio ainda mais efetivo, entre  professores e alunos das duas instituições pelos próximos três anos. O trabalho conta também com o apoio da Giro Oito Companhia de Dança, do Ponto de Cultura Cidade Livre e do Espaço Sonhus.

Morte e Renascimento

O espetáculo “Q” é uma obra de ficção, baseada nos conflitos de identidade que surgem no período da adolescência. A montagem é feita para ser representada por um elenco que esteja passando pela mesma fase da personagem principal, chamada de “Q”. O criador e diretor da obra comenta que nesta época as pessoas têm suas principais crises de identidade, se perguntando quem elas são e para onde elas vão. Para ele, isto é quase como um momento de morte e de renascimento. “É um momento onde você deixa pra trás a infância e entra no mundo dos adultos. Então é um momento da vida pelo qual todos nós passamos e por isso o público se sente tão identificado. Com o espetáculo nós queremos mostrar como de alguma forma todos nós morremos nesta época, abandonando o que éramos e renascendo para sermos pessoas novas”, afirma Antònio Gómez.

Sobre o nome do espetáculo, o diretor revela ter surgido do desejo de não fazer correspondência a um nome específico, permitindo a todas as pessoas adotar a identidade. Ele diz que a letra escolhida tem dois sentidos: “Um deles em função dos teclados QUERT de celulares e computadores. Q é a primeira letra da esquerda, é o início. O segundo sentido surgiu quando lembramos que os computadores antigos usavam esta letra para sair de algum programa, para se desconectar, fazendo referência à palavra QUIT”, afirma.

Experiência internacional

A coordenadora do curso de Licenciatura em Dança do IFG, professora Rousejanny da Silva Ferreira, explica que este projeto de intercâmbio tem sido de imenso proveito para todos os alunos que integram o Grupo de Dança Corpo Composto, tanto pelo aspecto do aprendizado de novas maneiras de se expressar por meio da arte, pelo fato de haver esse contato com um novo tipo de direção artística, de uma pessoa diferente dos que já trabalham com eles, quanto pela troca cultural com a escola de Lleida, da Espanha, recebendo novos conteúdos de outra parte do mundo. “É uma ampliação do olhar destes jovens, que faz com que mudem a forma de ver o mundo em que vivemos”, explica a professora.

Sobre o espetáculo ter sido criado na Espanha e depois trazido para o Brasil, Rousejanny pontua: “A obra tem sintonia com os jovens daqui e de qualquer parte do mundo, porque o Antònio trabalha com uma dramaturgia muito dialógica. Os meninos criam junto com o diretor o tempo todo. Há um diálogo, há uma escuta, para que os nossos jovens coloquem em cena aquilo que eles desejam. Não é um trabalho tipo copia e cola. É uma nova criação, feita com a parceria dos nossos alunos.”

Ineditismo e dedicação

Segundo a professora Rousejanny, esse tipo de parceria não é muito comum nas escolas de dança do Brasil e principalmente de Goiás. “Isso é um problema porque a gente acaba se isolando um pouco e não tendo contato com outras realidades”, comenta. Rousejanny destaca, porém, que isso muitas vezes ocorre em função de ações nesse sentido terem se tornado muito caras ou inviáveis, por aporte financeiro, por tempo ou mesmo por dedicação. “Para este trabalho que estamos fazendo, houve um esforço muito grande, de todas as partes do projeto, pra que a gente pudesse colocar esse espetáculo em cena aqui em Aparecida de Goiânia e Goiânia. Está sendo uma parceria, para além do compromisso formal entre as instituições, mas um compromisso muito carinhoso, porque o António vem para nossa escola, dedica três dias da semana dele, fazendo isso de forma gratuita, como uma forma de selar essa troca, que posteriormente também terá uma etapa na Espanha, com a presença de uma professora do IFG Aparecida em Lleida”, conta. 

Serviço:

Estreia do espetáculo “Q” com Grupo Corpo Composto do IFG Aparecida de Goiânia

Direção: Antònio Gómez Casa

11 de maio – sexta-feira – 20 horas

Teatro do Espaço Sonhus – Lyceu de Goiânia (Goiânia/GO)

ENTRADA FRANCA

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia