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ARTES VISUAIS

Ensino de arte na educação profissional é tema de tese de professor de Artes Visuais do Câmpus Aparecida de Goiânia

Publicado: Sexta, 02 de Março de 2018, 09h36 | Última atualização em Terça, 13 de Março de 2018, 09h29

Alexandre Guimarães defendeu tese de Doutorado sobre o assunto, considerado uma importante contribuição à área de Artes pela banca examinadora

Professor Alexandre José Guimarães na defesa de sua tese

Tendo o Instituto Federal de Goiás como campo de pesquisa e fazendo uma reflexão sobre o ensino de Arte na educação profissional, o professor, artista e pesquisador de Artes Visuais Alexandre José Guimarães, do Câmpus Aparecida de Goiânia, defendeu no dia 2 de fevereiro sua tese “Avessos da docência em artes visuais”, desenvolvida na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás e aprovada por unanimidade pela banca examinadora. O trabalho recebeu recomendação para publicação, com a observação de que “traz contribuições importantes para a área de Artes / Ensino de Arte”.

No desenvolvimento da tese, Alexandre Guimarães investigou o ensino da arte na educação profissional no Brasil desde 1808, ano de fundação do Colégio das Fábricas, que atendia órfãos de uma entidade portuguesa trazidos com a família Real. A pesquisa perpassa outras instituições do século XIX que tinham um modelo de educação profissional, até as Escolas de Aprendizes Arfífices, surgidas em 1909 e que deram origem às escolas técnicas e atuais institutos federais da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. “Nesse contexto, o ensino do desenho tinha um peso importante para a formação de técnicos, cujo domínio dos traços através do desenho era uma das obrigações do ‘bom trabalhador’”, afirma o professor Alexandre. Ele comenta que a pesquisa revela as aproximações entre o ensino do desenho com as matrizes do ensino técnico brasileiro a partir da instauração do Império, no início do século XIX.

No trabalho, o professor valeu-se sobretudo de entrevistas e pesquisa narrativa sobre a trajetória de vida e profissional das professoras Ana Rita Silva, Elza Miranda, Lída Leal e Mônica Mitchell, que são docentes do IFG nos câmpus Cidade de Goiás, Anápolis, Goiânia e Inhumas, respectivamente. Uma importante discussão da pesquisa é que o ensino da arte não possui uma diferença metodológica nas escolas de educação profissional, mas interferem na realidade desse ambiente educacional. “Não é o meio que molda a docência em arte. Pelo contrário: o ensino da arte tem a capacidade de modificar o meio, causando arranhões e trincados em estruturas nunca antes questionadas”, explica Alexandre.

 

Docência e formação de professores

O pesquisador fala da necessidade de se pensar a docência e a formação de professores no contexto da educação profissional, considerando os quase 110 anos de história da Rede Federal. Esse aspecto, entretanto, ele destaca como não sendo restrito ao professor de Arte, mas a todo o corpo docente da instituição.

Tanto em sua abordagem histórica, que trata da sofrida realidade dos descendentes de escravos e sobre a formação do trabalhador brasileiro, como na análise sobre os aspectos contemporâneos da capacitação profissional, o texto da tese é uma narrativa poética de agradável leitura, principalmente aos que se interessam pela arte e, em especial, por sua relação com o ensino. A partir de sua experiência como artista e professor, de sua pesquisa sobre o assunto e dos diálogos que teve com as professoras participantes da pesquisa, Alexandre Guimarães destaca em sua pesquisa o “(re)conhecimento de si no outro”, que possibilita a reinvenção, o reposicionamento do professor e a ressignificância do artista. A tese pode ser acessada pelo banco de dados da Biblioteca Central da UFG, por meio do link https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/8170.

 

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia

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