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Igualdade racial

Semana da Consciência Negra e eleições da CPPIR motivam diálogos com estudantes no IFG Aparecida

Publicado: Terça, 19 de Novembro de 2019, 15h57 | Última atualização em Quarta, 20 de Novembro de 2019, 13h16

Os encontros foram realizados nesta terça-feira, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, que é celebrado em 20 de novembro

A professora Jaqueline Vilasboas, que integra a CPPIR, ressaltou a importância de os estudantes terem representantes na Comissão
A professora Jaqueline Vilasboas, que integra a CPPIR, ressaltou a importância de os estudantes terem representantes na Comissão

Em atenção à Semana Nacional da Consciência Negra e às eleições para composição da Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (CPPIR) do Instituto Federal de Goiás (IFG), foram realizadas na manhã desta terça-feira, 19, no Câmpus Aparecida de Goiânia, três rodas de apresentação e debates com estudantes do Ensino Médio Integrado em tempo integral. Coordenados pela professora Jaqueline Pereira de Oliveira Vilasboas, os encontros fizeram uma abordagem histórica e conceitual envolvendo racismo, discriminação e preconceito e destacaram a importância do engajamento dos estudantes na CPPIR. Os encontros foram abertos pela coordenadora de Apoio Pedagógico ao Discente, Maria Etevalda Batista da Silva.

A partir de uma apresentação intitulada “Igualdade Étnico-Racial: por que é tão importante falarmos disso?”, a professora Jaqueline Vilasboas falou aos estudantes sobre a Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial do IFG e também apresentou vídeos e estatísticas que mostraram o racismo em situações cotidianas e que despertaram a reflexão do público. Ela destacou que a sociedade brasileira precisa assumir a existência do racismo, para que o país consiga pensar em estratégias eficientes para combatê-lo, considerando que essas estratégias passam pela Educação. Jaqueline avalia que a política de cotas tornou mais igualitária a presença de brancos e negros nas universidades públicas e institutos federais, mas que ainda é preciso desconstruir no Brasil o mito da “democracia racial”, que não existe.

 

Reprodução da discriminação

“O colonizador não colonizou somente o nosso território. Colonizou a nossa mente, a nossa estética...”, comentou a professora, ao fazer uma abordagem histórica do Brasil e a reprodução de conceitos que discriminam os negros no imaginário e nas práticas sociais. Jaqueline comentou que o racismo no Brasil é institucionalizado e que é naturalizada a existência de negros em postos sociais menos privilegiados e em postos de trabalho de menor remuneração. Ela ressaltou que o conceito de raça não existe na Biologia, sendo mantido socialmente para justificar a discriminação.

Os estudantes participaram com perguntas e comentários. Ao final, a avaliação dos encontros foi bastante positiva. Tonneandes Bispo, do 3º ano do curso Técnico Integrado em Química, considerou que a palestra lhe acrescentou conhecimentos e disse que tem interesse em participar ou indicar alguém para integrar a CPPIR. “É muito importante discutir e participar, porque essa é uma questão social que existe, mas que muitas pessoas não veem acontecer”.

 

Desconstruir preconceitos

A estudante Laís Victória, do 3º ano de Agroindústria, comentou que depois que ingressou no IFG, pôde ampliar muito seus conhecimentos sobre o assunto. “O IF abriu minha mente para questões sociais”, afirmou. Laís, que é negra, relata que sua mãe desistiu, na juventude, de um curso técnico em Enfermagem por causa de comentários de que aquele curso não seria para ela. “Hoje minha mãe é diarista e eu acho que ela ainda tem o racismo nela. Eu tento desconstruir isso nela”, revelou a estudante.

O Câmpus Aparecida de Goiânia elege nesta quarta-feira, 20 de novembro, os seus representantes docentes, técnicos administrativos, discentes e da sociedade civil para a Comissão Permanente de Políticas da Promoção da Igualdade Étnico-Racial. Nos encontros realizados com estudantes, a professora Jaqueline Vilasboas, que integra a CPPIR, ressaltou a importância de eles escolherem um representante. “É muito importante pra nós, termos estudantes na Comissão, se formando, participando dos debates e da Comissão”, diz Jaqueline.

 

Imagens dos encontros

 

Coordenação de Comunicação Social / Câmpus Aparecida de Goiânia

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