O reconhecimento das dinâmicas étnico-raciais goianas por meio da extensão é tema do Diálogos Extensionistas no próximo dia 3
Três programas, dos câmpus Luziânia, Goiás e Uruaçu, serão debatidos
Com a temática em alusão ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (20 de novembro), a terceira edição do Diálogos Extensionistas de 2024 será realizada na próxima terça-feira, às 19 horas. O evento, que tem por objetivo divulgar e valorizar as ações de extensão do Instituto Federal de Goiás (IFG), além de ser um momento de encontro e integração entre extensionistas do IFG e da comunidade externa, será transmitido pelo canal /IFGComunidade no YouTube.
Os três programas a serem apresentados são: Os baobás ocultos da periferia, Tem um quilombo nas trilhas de Goiás e Quilombos Sustentáveis em Rede. O primeiro deles é desenvolvido pela professora Paula de Almeida Silva, do Câmpus Luziânia. O trabalho faz questionamentos como: “Como valorizar a cultura negra de fato em um país que extermina diariamente o povo negro? Como fazer com que a juventude de um município como Luziânia, que ainda guarda em suas ruas e em sua cultura a era escravocrata, se sinta pertencente a esse lugar e representada em sua história?”. Os objetivos do programa são apresentar a cultura, história, filosofia e literatura afro-brasileiras e africanas, promovendo a Lei nº 10.639/2003, que inclui obrigatoriamente no currículo oficial da Rede de Ensino a temática História e Cultura Afro-Brasileira, no IFG. O programa realiza cursos e oficinas de artes cênicas, dança, literatura, filosofia e história e espera contribuir para a formação artística, literária e acadêmica de adolescentes, jovens e pessoas adultas de Luziânia, no entorno de Brasília.
O segundo programa – Tem um quilombo nas trilhas de Goiás – é desenvolvido pela professora do Câmpus Cidade de Goiás Ádria Cerqueira. Ele propõe a realização de duas ações de extensão. A primeira delas é a qualificação de jovens e adultos da comunidade urbana quilombola do Alto Santana, remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares, para serem guias de turismo ecológico; e desenvolvimento, coordenação e execução de projetos socioambientais relacionados à comunidade quilombola urbana do Alto Santana, na cidade de Goiás, além da história da cidade e região. A segunda ação de extensão é a realização de um encontro entre as comunidades quilombolas da microrregião do Rio Vermelho (Araguapaz, Aruanã, Britânia, Faina, Goiás, Itapirapuã, Jussara, Matrinchã e Santa Fé de Goiás), com a participação de lideranças convidadas, quilombolas e indígenas da Mesorregião do noroeste goiano, que engloba as microrregiões de São Miguel do Araguaia, Rio Vermelho e Aragarças, formada por 23 municípios.
O terceiro programa - Quilombos Sustentáveis em Rede – desenvolvido pela professora do Câmpus Uruaçu Andreia Alves do Prado, tem por objetivo dar continuidade às ações construídas com as comunidades quilombolas do estado de Goiás durante a execução da etapa realizada em 2021/2022 e 2022/2023, quando foram ofertados cursos de qualificação profissional. A ideia é promover a troca de saberes tradicionais com orientações e acompanhamento técnico, propiciando desenvolvimento econômico e social, por meio dos produtos desenvolvidos nos cursos. Foram ofertadas oficinas para as comunidades com a ideia de entender como era o cenário local e as alternativas de geração de renda com os recursos provenientes do cerrado.
Sobre a importância da temática, a diretora de Ações Profissionais e Tecnológicas da Pró-Reitoria de Extensão, pasta organizadoa do evento, Marluce Silva Sousa, ressalta que “a temática racial é urgente, não apenas pela valorização das pessoas pretas e pardas, mas pela reflexão que a desigualdade racial enseja, num país extremamente racista”, afirma.
De acordo com o servidor Evaldo Gonçalves, que será o mediador dessa edição do Diálogos, pensar os saberes tradicionais, especialmente aqueles relacionados às comunidades racializadas, sejam elas de origem quilombola como as afetadas pelos Quilombos Sustentáveis e Tem um quilombo das trilhas de Goiás, sejam as populações urbanas desenraizadas, como os baobás ocultos da periferia, reflete uma atuação concreta na construção de práticas antirracistas e de fortalecimento das identidades marginais. Este é e deve ser um compromisso institucional da comunidade educativa do IFG, especialmente a partir das demandas levantadas pela Lei nº10.639/03.
Comissão
Além de eventos, programas e projetos de extensão, o IFG também atua na instância institucional com os trabalhos da Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (CPPIR). É a instância permanente instituída pela Resolução CONSUP/IFG n° 21 de 07 de dezembro de 2015, atualizada pela Resolução REI-CONSUP/REITORIA/IFG nº 81 de 17 de junho de 2021, cuja finalidade é formular, coordenar, articular e acompanhar a efetivação das políticas e diretrizes institucionais para a promoção da igualdade étnico-racial e defesa dos direitos humanos.
A CPPIR possui dois grandes eixos de atuação que orientam suas atividades: o combate ao racismo e a promoção da diversidade. No primeiro eixo, a comissão se dedica ao enfrentamento do racismo institucional, garantindo o cumprimento das legislações vigentes e desenvolvendo políticas afirmativas que buscam reduzir desigualdades étnico-raciais. Já no segundo eixo, seu foco está na promoção da educação antirracista, no fortalecimento das identidades étnico-raciais e na valorização da pluralidade cultural, contribuindo para a construção de um ambiente inclusivo e respeitoso. Essas ações são essenciais para transformar o espaço institucional em um lugar de justiça social e equidade.
Mais informações da CPPIR estão disponíveis na página eletrônica: https://www.ifg.edu.br/comissoes/cppir
Serviço
Diálogos Extensionistas
Data: 3/12/2024, terça-feira
Horário: 19 horas
Link de transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=lHou_a5x8x8
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